Mizael Conrado participa de jogo de showdown, observado por Alaor Azevedo. Foto: Alê Cabral/CPB.
Por Nelson Ayres e João Gabriel Leite
O tênis de mesa sempre foi uma das modalidades mais inclusivas entre todas as praticadas. Mesa, raquete, bolinhas e pontuação são iguais para olímpicos e paralímpicos, andantes e cadeirantes, mulheres e homens. A partir de agora, o esporte ganha mais um público, através de uma nova adaptação para os deficientes visuais: o showdown.
Nesta quinta-feira (2), o presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) e vice-presidente da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF), Alaor Azevedo, participou da inauguração da primeira mesa showdown, voltada para a participação dos deficientes visuais, no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo (SP).
A solenidade de entrega da mesa teve a presença do presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, da medalhista paralímpica Danielle Rauen, de dirigentes do CPB e profissionais da CBTM.
O showdown é jogado em uma mesa retangular, com uma bola plástica com guizo de 6 centímetros de diâmetro. A bola precisa passar por completo pelo “gol”. Cada “gol” vale 2 pontos. E o adversário pode ganhar 1 ponto caso o seu oponente jogue a bola no vidro (que atravessa a mesa), jogue a bola para fora da mesa, bata a raquete na mesa, encoste na bola com a mão ou outro objeto que não a raquete, ou fique sem bater na bola por dois segundos ou mais.
O jogo é disputado em melhor de três sets de 11 pontos cada, sendo que é preciso abrir dois pontos de vantagem. A modalidade é administrada pela IBSA (International Blind Sports Association). No ranking mundial masculino são 323 atletas. No feminino, 241. Itália, Alemanha, Polônia, Finlândia e Eslováquia se destacam. O Mundial acontece a cada dois anos. Há cinco eventos internacionais agendados para 2022 e vários países promovem campeonatos nacionais. Esta modalidade foi esporte demonstração nos Jogos Paralímpicos de 1980, 1984, 1988, 1992 e 1996.
Por sinal, o presidente do CPB, Mizael Conrado, foi um dos mais empolgados com a novidade. Bicampeão paralímpico de futebol de cegos (Atenas 2004 e Pequim 2008), ele já havia experimentado a mesa no exterior. E se adaptou rapidamente, vencendo inúmeras partidas consecutivas contra os presentes ao evento.
"Muito bacana esta iniciativa. Tantas vezes eu joguei showdown nos meus tempos de atleta, nas concentrações dos grandes eventos, até mesmo fora do Brasil. Uma modalidade fácil e empolgante. Agradecemos à CBTM por nos ceder esta mesa. Vamos tratar de difundir ainda mais aqui no Brasil o showdown para atrair mais adeptos e daí tornarmo-nos potência mundial também nesta modalidade", disse Mizael Conrado.
Alaor Azevedo gostou de atuar na nova mesa e fez questão de elogiar Mizael Conrado por seu desempenho nas partidas inaugurais.
“Foi uma tarde ótima, o jogo é super interessante e difícil. Aliás, o presidente Mizael, que é cego, ficou jogando quase três horas e ganhou de todo mundo. Um verdadeiro craque! Pretendemos fazer eventos e formar uma Seleção para participar de eventos internacionais e mundiais”, avisa o dirigente.
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