Alaor Azevedo lidera o tênis de mesa paralímpico na ITTF. Foto: Gustavo Medeiros.
Por Nelson Ayres (Fato&Ação) – Assessoria de Imprensa CBTM
O tênis de mesa brasileiro voltou ao cenário dos grandes eventos internacionais. O Aberto Paralímpico do Brasil, que começou nesta sexta-feira (7), no Centro Paralímpico Brasileiro, em São Paulo (SP), foi o primeiro evento de uma série que vai até 2023, com um WTT Youth Contender, WTT Contender e, possivelmente, um outro Aberto Paralímpico em 2023. E um nome teve importância fundamental neste processo: Alaor Azevedo.
O presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) teve interlocução facilitada com a Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF) após se eleger vice-presidente da entidade. Também passou a ser o responsável pelo tênis de mesa paralímpico no mundo.
“Tivemos muitas reuniões. Já deveríamos ter realizado o Youth Contender neste ano. Estávamos negociando para fazer um WTT Champions, mas acho que não estamos maduros o suficiente. Vamos fazer um Contender, esperando ter todos os nossos melhores jogadores aqui. E estamos em uma série de negociações com a ITTF. Não queríamos ter um problema financeiro, fazer o evento e depois ficarmos com o pires na mão buscando dinheiro. Temos de estar absolutamente ajustados em nosso orçamento. Quem sabe não possamos fazer um fator 40 no ano que vem? Será extremamente importante, pois valerá pontos para o ranking no ano dos Jogos Paralímpicos”, projeta, explicando posteriormente a estratégia a ser utilizada:
“Estamos programando para o ano que vem um Aberto, provavelmente em conjunto com o Chile, de forma que os atletas da Europa e da Ásia possam jogar dois eventos próximos em sequência e economizem nas passagens aéreas”.
Segundo Alaor Azevedo, o Aberto do Brasil reúne as condições próximas do ideal que ele projeta para a ITTF, sendo fundamental para os mesa-tenistas brasileiros: “Extremamente importante, tendo em vista que a última competição paralímpica internacional no Brasil aconteceu há 12 anos. A Sophia Kelmer, hoje uma das destaques, tinha 3 anos na época e nunca pôde jogar um evento no seu próprio país. O Centro Paralímpico Brasileiro reúne condições muito boas, quase perfeitas. Em poucos lugares do mundo podemos encontrar estas condições, com essa quantidade de mesas, área de treinamento, refeitório com boa qualidade e balanceamento de comida. Muitas vezes, em outros locais, a comida é limitada. Os cadeirantes ficam no próprio CT, a 40 metros do local de jogo. Todas as instalações são acessíveis e adaptadas”.
Por fim, o dirigente falou sobre suas ideias no comando do tênis de mesa paralímpico mundial. “O paralímpico precisa mudar”, resume. E a mudança passa pela equiparação com os eventos olímpicos, do WTT. O objetivo é reduzir esta distância entre os dois mundos, fazendo com que o esporte paralímpico cresça.
Assim funcionou na CBTM, onde conseguiu mudar uma realidade, desde que assumiu o comando do tênis de mesa paralímpico, em 2007, transformando o Brasil em uma das potências internacionais, com oito medalhas obtidas em Jogos Paralímpicos. Um ano antes, em 2006, o Brasil conquistou míseras quatro vitórias no Mundial de Montreaux, na Suíça.
”A ideia básica é ter mais gente trabalhando, que ele tenha uma similaridade com o WTT. Seria um WTT Para. O mesmo sistema de jogo, a mesma área de Comunicação, o mesmo site. Aos poucos, pensarmos em pagamento em dinheiro. O paralímpico ficou muito distante do olímpico. Já temos eventos do WTT pagando 2 milhões de dólares em premiação e até hoje não existe pagamento para o paralímpico. Já temos uma líder de competições contratada e vamos ter uma mudança muito grande para o ano que vem e 2024”, finaliza.
Abertura
Nesta sexta-feira, o Aberto Paralímpico do Brasil teve a sua cerimônia de boas-vindas, com a participação de Alaor Azevedo, do vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Yohansson Nascimento, e, de Marcos Garcia, diretor de operações sênior do Comitê.
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