Rosiane Viana é a única mulher presidente de Federação no tênis de mesa brasileiro. Foto: Miriam Jeske.
Por Nelson Ayres e Paulo Rocha (Fato&Ação) – Assessoria de Imprensa CBTM
Dando continuidade à segunda temporada da série “Mulheres que Inspiram”, chega a vez, neste Dia Internacional da Mulher, de conhecer melhor Rosiane Viana, presidente da Federação de Tênis de Mesa do Estado do Rio de Janeiro.
Ocupando cargo diretivo em meio a um ambiente majoritariamente masculino, Rosiane, única mulher a ocupar a presidência de uma das federações nacionais da modalidade, fala sobre sua trajetória e desafios à frente da FTMERJ.
PRIMEIROS PASSOS
"Minha história no tênis de mesa começou em outubro de 2014, embora só tenha começado a treinar em fevereiro do ano seguinte. Não tinha a expectativa, ou mesmo a intenção, de um dia me tornar presidente da Federação do Rio de Janeiro. Foi algo que aconteceu naturalmente".
CARINHO
"Meu sentimento é que as mulheres podem e devem ocupar espaço em qualquer ramo, em qualquer lugar da sociedade. Temos a mesma capacidade que os homens e, também, aquela sensibilidade feminina que dão um toque mais 'carinhoso' à administração".
CORAGEM
"Um cargo de direção proporciona força e poder. E é preciso coragem, ainda mais sendo mulher num meio tão dominado pelos homens. Não é fácil ingressar neste meio, ainda mais no meu caso, pois ingressei aos 48 anos. Consegui entender, aprender e dirigir um esporte com tantos atletas experientes. Nisso, podemos constatar a força da mulher".
ACEITAÇÃO
"Mesmo sendo a única mulher a ocupar a presidência de uma Federação, nunca me senti discriminada no meio do esporte. Ao contrário, fui muito bem aceita. Aqui no Rio, onde exerço este cargo, não houve nenhuma rejeição pelo fato de eu ser mulher. Na CBTM também sempre tive um tratamento muito bom".
HOSPITALIDADE CARIOCA
Mesmo não enfrentando rejeição em razão de ser mulher, Rosiane sabe que muitas se defrontam com preconceitos e desconfiança. E mesmo dizendo que em sua jurisdição não seja algo gritante, ela está ciente de que é preciso estar atenta.
"Hoje em dia vejo uma sociedade bem mais aberta em relação a isso. Há muito mais aceitação à diversidade. No tênis de mesa, que é o meu meio, não observo atos discriminatórios. Sei que existem, mas pelo menos no Rio, onde convivo, não observo tanto. Mas é claro que, de uma forma geral, há muita discriminação no país em relação a tudo, não só às mulheres exercerem cargos diretivos. Mas afirmo que, aqui no Rio, no esporte, as mulheres são tratadas com muito carinho".
VETERANA
"Se eu pudesse deixar um legado, gostaria que muitas mulheres passassem a praticar o nosso esporte. De todas as idades. Infelizmente, temos um número reduzido de praticantes femininas de tênis de mesa no Estado e eu gostaria que este número fosse, pelo menos, próximo ao de praticantes masculinos. Desde o pré-mirim ao veterano 70, gostaria que houvesse mulheres jogando em todas as categorias. Tento estimular bastante isso. É um legado que eu gostaria de deixar".
"Sou a única veterana 50 do Rio, gostaria de que houvesse mais praticantes de idade avançada no Rio. O esporte traz qualidade de vida, em especial para as mulheres. Conforme avança a idade, as opções para diversão vão ficando reduzidas ao longo do tempo. É preciso buscar essa qualidade de vida, essa vida social que o tênis de mesa proporciona. Estou lutando para que isso aconteça".
EXEMPLO
Sobre servir como inspiração para outras mulheres ingressarem, no ainda restrito (para elas), mundo dos dirigentes esportivos, Rosiane Viana se mostra feliz pela oportunidade. E cita seu próprio exemplo como forma de motivação.
"As mulheres precisam entender que todo mundo pode tudo, basta querer. Vivemos atualmente num mundo no qual a dedicação te premia. Todos precisa ter seu espaço dentro da sociedade. Hoje, as mulheres possuem aceitação para ocupar qualquer cargo, até a Presidência da República. Basta lutar, ter coragem. Eu me considero um grande exemplo no esporte. Tenho oito anos do tênis de mesa, comecei com idade avançada, sobrepeso, uma série de dificuldades. Motivos para ser rejeitada tanto como atleta quanto como presidente. Mas fui eleita para um cargo importante. É um exemplo a ser seguido".
FATO&AÇÃO COMUNICAÇÃO
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