Por CBTM
As estatísticas comprovam que um motoqueiro morre no trânsito de São Paulo a cada dia. Há 12 anos, no dia 1º de julho, um acidente na Marginal Pinheiros interrompeu a carreira de Cláudio Kano, um dos melhores mesatenistas de todos os tempos. A tragédia aconteceu quando Kano se preparava para sua terceira Olimpíada, um dia antes da viagem para o Canadá, onde daria seqüência ao trabalho de preparação para os Jogos de Atlanta.
Na época, Kano era detentor do recorde de 12 medalhas em Panamericanos --- marca que só foi superada por Hugo Hoyama e Gustavo Borges --- e disputava com Hugo Hoyama o posto de melhor jogador do Brasil. No confronto direto, Kano havia perdido duas finais para Hoyama em Panamericanos, mas a amizade continuava inabalável e em parceria conquistaram medalhas de ouro em Indianápolis (1987), Havana (1991) e Mar del Plata (1995).
A fatalidade acabou com a vida desse guerreiro brasileiro, que chegou a ocupar a 41ª colocação no ranking da federação internacional e acreditava na possibilidade de estar entre os primeiros do mundo. Kano conquistou seis vezes o título Sul-Americano e foi o brasileiro com melhor desempenho em Campeonatos Mundiais, com os dois sextos lugares que conseguiu em Macau (1987) e no Quênia (1989).
Cláudio Kano começou a jogar Tênis de Mesa quando ainda era criança e praticou também judô. Depois de ser descoberto pelo técnico da Associação Nipo-Brasileira, começou a treinar os dois esportes e nunca mais abandonou a bolinha e as raquetes. Três anos depois do início, já havia conquistado um título paulista, um sul-americano infantil e um vice-campeonato brasileiro. Motivado pelos resultados, fez estágio no Japão, em 1981, e um ano depois já era campeão paulista, brasileiro, e sul-americano adulto.
A equipe da CBTM e certamente todo povo brasileiro lembram com carinho e orgulho desse herói que nos deixou cedo e ajudou a escrever as páginas mais importantes da história da modalidade no país.
