Por CBTM
Quatro anos depois de o Rio de Janeiro ter derrotado San
A poucos meses da competição, que vai de
"Nosso objetivo é fazer os melhores Jogos Pan-Americanos possíveis, dentro das condições que estão sendo apresentadas a nós", disse em entrevista à Reuters o secretário-geral do Pan, Carlos Roberto Osório.
Percalços forçaram o abandono de alguns projetos, incluindo um programa especial de transporte. Nesta reta final, o Co-Rio tem se esforçado para pressionar os parceiros públicos a executar as obras que despertam preocupação.
Parte do Complexo do Maracanã, responsabilidade do governo do Estado, o ginásio do Maracanãzinho teve as obras paralisadas por 90 dias no início de 2006 devido à falência da construtora responsável. Após solicitação do Co-Rio, o turno de serviços será ampliado, e o governo federal prometeu em dezembro liberar mais 30 milhões de reais para o complexo, levando para 110 milhões de reais o custo no local para os Jogos.
"O problema se restringe a fluxo financeiro para aceleração da obra. Não estamos trabalhando com um plano alternativo, até porque você não encontra uma ginásio como o Maracanãzinho em qualquer esquina", afirmou Osório.
NOVAS INSTALAÇÕES
Destaques da candidatura brasileira vitoriosa em agosto de 2002, o estádio João Havelange, no Engenho de Dentro, e o Complexo Esportivo do Autódromo, em Jacarepaguá, consumiram mais dinheiro do que originalmente esperado e só ficarão prontos às vésperas da competição.
Com custo de 205 milhões de reais para três instalações --a Arena (basquete e ginástica artística), o Parque Aquático e o Velódromo-- o autódromo foi assumido pela prefeitura do Rio após uma fracassada tentativa de concessão.
As obras começaram apenas em março de 2006, após uma disputa com a Confederação Brasileira de Automobilismo sobre o traçado da pista, e o local será entregue entre abril e maio de 2007. Ainda serão gastos 60 milhões de reais com a urbanização do local.
"A concessão de uso, tentada inicialmente, não teve sucesso. Com isso, a prefeitura teve que assumir os gastos com a construção das instalações", disse por e-mail, o secretário especial municipal do Pan, Ruy Cézar.
No caso do estádio João Havelange, para 45.000 pessoas e com custo de 315 milhões de reais também bancados pela prefeitura, o problema maior é no acesso dos torcedores e delegações ao bairro do Engenho de Dentro. Com entrega prevista para abril, o local será palco do atletismo.
Outro estádio ainda em obras é o Maracanã, palco das cerimônias de abertura e encerramento e da competição de futebol. Ele passou todo o ano de 2006 em reforma e entra no ano do Pan ainda incompleto.
VELA E REMO PREOCUPAM
O maior temor na reta final de preparação, em termos de instalações esportivas, refere-se às obras da Marina da Glória, onde é necessária a construção de uma garagem para os barcos que disputarão as provas da vela.
As obras no local foram interrompidas em dezembro pela Justiça após queixa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que alega que elas afetam ambientalmente a região do Aterro do Flamengo, que é tombada.
A solução pode ser a construção de uma instalação provisória, como sugerido pelo Ministério Público, mas enquanto a situação não se resolve, o esporte corre o risco de acabar de fora do programa.
"Tem que fazer a plataforma, se não, é impossível fazer a competição ali. Estou com uma impressão péssima, eles (Iphan) estão criando uma confusão muito grande", disse o presidente da Federação Brasileira de Vela e Motor, Walcles Osório.
De acordo com Osório, seria "muito difícil" que a Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa) aprovasse em cima da hora a mudança do local da prova --hipótese levantada no último mês pelo comitê organizador-- o que pode acabar culminando com a saída do iatismo, uma das modalidades nas quais o Brasil mais consegue medalhas nos Jogos.
Nos últimos dias de
Vinte esportes no programa do Pan serão disputados em instalações provisórias, incluindo 11 delas no Complexo do Riocentro, na Barra da Tijuca. As instalações no centro de exposições são de responsabilidade da empresa francesa GL, que investirá 70 milhões de reais em troca da concessão do local por 50 anos.
Fora do campo esportivo, a principal construção para o Pan foi a Vila Pan-Americana, complexo de 17 prédios que recebeu financiamento de 189 milhões de reais do governo federal. De acordo com os organizadores, 97 por cento da parte habitacional está concluída, e restam apenas obras de infra-estrutura.
Fonte: Reuters