Por CBTM
Enquanto na maioria dos esportes o uso de substâncias proibidas faz que com as Federações Internacionais e a Agência Mundial Antidoping (WADA) se unam para aperfeiçoar o controle e a punição aos atletas, no Tênis de Mesa, a preocupação é outra. É na raquete que estão concentradas todas as atenções.
Com raríssimos casos de doping registrados - segundo Alaor Azevedo, presidente da Confederação Brasileira (CBTM), só há notícia de um egípcio pego por cocaína, e um brasileiro, do Tênis de Mesa paraolímpico, por maconha -, a Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF) não realiza exames com frequência.
No Pré-Olímpico, por exemplo, que terminou na ultima terça-feira, 06, no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), da Marinha, não houve testagem no Rio. A última vez que um brasileiro foi testado aconteceu em maio de 2011, no Campeonato Latino-Americano, em Guadalajara, no México.
--- Nenhuma dessas substâncias normalmente usadas pelos atletas de outros esportes melhora o desempenho do mesatenista. O único que poderia ser útil é a anfetamina em treinos. Em vez de o cara treinar seis horas, ele treinaria oito. Mas isso não faz parte da cultura do esporte --- justifica Alaor.
--- Se você tomar alguma coisa para ficar calmo, perde o reflexo. Se tomar para ficar agitado, vai ficar com muita potência. Não tem pra quê tomar nada. O tênis de mesa é um esporte muito sensível. Nada vai ajudar nossa performance, além de treinos --- completa Lígia Silva, que se classificou para a terceira Olimpíada. --- Mas eu já vi gente usando óleo na raquete para ganhar mais aderência e velocidade. Quando comecei, não tinha nenhum tipo de fiscalização ---.
A ITTF criou o controle de raquete há três anos. Do tipo de borracha usada, sua espessura, curvatura e brilho (que pode causar reflexo e atrapalhar os adversários), até o nível tóxico da cola, tudo é analisado nas competições realizadas sob sua chancela. O procedimento, também no Pré-Olímpico, visa manter os atletas em igualdade de condições.
--- Antigamente, muitos usavam raquetes com borracha fora do padrão, o que podia alterar a velocidade, a força e o efeito de suas jogadas, além de colas muito tóxicas. Hoje, elas são feitas à base de água. A espessura da borracha, por exemplo, não pode ultrapassar 4,04mm --- explica Fernando Coelho, membro do controle de raquetes da CBTM.