Por CBTM
Alunos do 9º ano do colégio Metropolitano tiveram uma experiência diferente na última quarta-feira (04). Eles ouviram as histórias de vida de três policiais de São Paulo, dois militares e um civil, que acabaram na cadeira de rodas depois de serem alvejados por marginais durante uma perseguição. A superação desses profissionais se deu por meio do esporte, mais precisamente, o tênis de mesa.
O vereador André Bandeira (PSDB), também cadeirante, depois que um veículo passou o sinal vermelho e colidiu contra o seu carro em 1996, proporcionou aos estudantes o contato com pessoas que passaram por uma grande transformação de vida e, posteriormente, a superação. O encontro ocorreu na academia de tênis de mesa Fran TT, localizada no Jardim Monumento.
O parlamentar explicou aos alunos a importância da prática esportiva como fator predominante para o equilíbrio emocional, principalmente para aqueles que perderam a mobilidade. “O tênis de mesa foi importante para que os policiais conseguissem superar os obstáculos”. Bandeira ressaltou que a modalidade desse esporte é classificada por números: de um a cinco se enquadra os cadeirantes, de seis a 10, andantes e, a partir do número 11, para deficientes intelectuais. “Cada classe representa o grau de deficiência que o atleta apresenta”.
Relatos
Wladimir Garcia de Menezes e Renato Saletti Santos são policiais militares aposentados, pois o motivo da aposentadoria precoce foi uma troca de tiros malsucedida com marginais. Na confusão, eles foram alvejados nas costas, incidente que os deixou paraplégicos. O primeiro contato com o tênis de mesa, para ambos, se deu em 2003 após alguns meses já na condição de cadeirantes. O policial civil Carlos Henrique, conhecido como Carlão, está há 30 anos na cadeira de rodas, e disputou diversos campeonatos no tênis de mesa tornando-se campeão brasileiro algumas vezes. Ao longo desses anos conheceu 18 países e foi atleta da seleção brasileira. Atualmente, eles pertencem à Associação dos Policiais Militares Portadores de Deficiência do Estado de São Paulo – APMDFESP – e praticam o tênis de mesa quase que diariamente.
Para Renato Santos, a triste realidade para os profissionais da segurança pública foi superada após a inclusão ao esporte. “Durante uma ocorrência troquei tiros com marginais e levei a pior. Fui aposentado por invalidez”.
Participação
Após a aula teórica, ministrada pelo vereador André Bandeira e os policiais da capital paulista, o momento foi de prática. Alguns alunos desceram da arquibancada e foram jogar o tênis de mesa com os atletas. Leonardo Magalhães gostou da experiência: “Eu achei legal, é diferente”. A coordenadora do colégio, Kelly Ruiz, disse à reportagem que as histórias de vidas relatadas “ajudarão na autoafirmação dos alunos. Eles estão se conhecendo e, pode ser que no futuro, alguns deles se interessem pelo tênis de mesa”.
O vereador convidou, ainda, representantes do Comando de Policiamento do Interior 9 – CPI 9 e do 10º BPMI - Batalhão de Polícia Militar de Piracicaba -, que não puderem comparecer devido a outros compromissos agendados no mesmo horário.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.