Por CBTM
O sonho de enviar mesatenistas locais para compor a seleção brasileira nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, tem ficado cada vez mais distante. Os atletas tem sofrido com a falta de treinador para prepará-los até o próximo ciclo olímpico.
Mesmo sem auxílio técnico, os jovens têm feito uma boa atuação. No início do mês de setembro, Raí Barros e Aline Raine trouxeram um ouro e duas pratas na bagagem, em competição internacional realizada na Guiana Francesa.
Apesar dos bons resultados, alguns mesatenistas até já abandonaram o esporte para se dedicar aos estudos por conta da falta de profissionais capacitados para acompanhar a evolução técnica dos atletas.
É o caso de Caio Silva, de 17 anos. O mesatenista conquistou ouro e prata no Campeonato Centro Norte e Nordeste, mas decidiu abandonar as raquetes para tentar a faculdade de medicina.
--- A nossa geração de ouro são os nossos meninos de 15 a 17 anos, mas eles estão parando de treinar. Eles estão optando em seguir a faculdade, porque o esporte não está garantindo o apoio para a carreira deles. Quem perde é o nosso tênis, pois os que querem seguir vão para fora do estado que é o caso de Felipe Monteiro, atualmente treina em São Paulo - assinala o presidente da Federação de Tênis de Mesa, Alan Cardoso.
A saída do técnico cubano, Pavel Oxamendi, que realizou um trabalho voltado aos novos talentos do esporte, também foi outro ponto de desvantagem para o esporte no Amapá. O treinador teve que retornar ao país de origem por conta do vencimento da validade do visto para permanecer no Brasil.
Os atletas mais novos passarão por esse dilema futuramente, caso o problema não seja resolvido. Jorge Brito, de 17 anos, é um deles. O atleta disse se o caso não melhorar, também irá deixar o Estado.
--- A gente não teve acompanhamento técnico, mas ainda éramos inexperientes. Hoje estamos em um bom nível, mas é importante termos um treinador acompanhando a nossa evolução - disse.
Djalma Júnior trouxe um ouro e duas pratas no último campeonato brasileiro. O atleta disse que a vontade de seguir o esporte é grande, mas se não tiver apoio, será obrigado a abandonar a carreira.
O pai do atleta, Djalma Del Castillo, lamenta a situação em que o filho enfrenta, culpando a falta de apoio da sociedade civil em prol do esporte amapaense.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.
Amapá Digital