Sophia Kelmer disputa a competição deste ano. Foto: Gustavo Medeiros. Fotos de 2010, do arquivo CBTM: Atletas, Bruna Alexandre e Joyce Oliveira.
Por Nelson Ayres (Fato&Ação) – Assessoria de Imprensa CBTM
Já vai longe o ano de 2010. O tênis de mesa paralímpico do Brasil tinha apenas uma medalha paralímpica, conquistada dois anos antes, em Pequim. Os resultados ainda eram escassos internacionalmente. Não existia um centro paralímpico no país. Este era o cenário do último Aberto disputado no país, no Rio de Janeiro.
Doze anos depois, as coisas mudaram muito. Na verdade, começaram a mudar em 2007, quando a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa assumiu o tênis de mesa paralímpico. Em comparação feita frequentemente pelo presidente da entidade e vice-presidente da Federação Internacional, Alaor Azevedo, “ganhamos apenas quatro jogos no Mundial de Montreaux, na Suíça, em 2006, e dez anos depois ganhamos quatro medalhas nos Jogos Paralímpicos”.
Na época, despontavam no cenário nomes como o da jovem Bruna Alexandre, recém-saída de competições estudantis. Ele ficou com o ouro na sua classe. Atualmente, já conta com quatro medalhas de Jogos Paralímpicos no currículo.
Iranildo Espíndola é um dos poucos remanescentes desta fase. Conquistou uma das quatro vitórias daquele Mundial e a medalha paralímpica dez anos depois. Ele também se lembra do Aberto do Brasil, que estava bem longe do padrão de organização que hoje é apresentado ao mundo na competição de São Paulo (SP), que começa nesta sexta-feira (7).
“Me lembro muito do Aberto do Brasil. Foi uma competição super importante. A gente sempre desejou competições no Brasil e foi um feito extraordinário na época. Confesso que o tênis de mesa não estava como está hoje. A maioria dos atletas estava ali ganhando experiência. Agora, estamos voltando a organizar um torneio, num cenário diferente, com atletas consagrados e atletas novos”, comentou Espíndola, que ganharia medalha nos Jogos Paralímpicos, seis anos mais tarde.
Alguns atletas nem tinham ideia do que era tênis de mesa naquela época. Sophia Kelmer, por exemplo, tinha 3 anos de idade. E se surpreendeu ao tomar conhecimento da informação.
“Eu não sabia! Então faz muito tempo mesmo! É muito legal ter um Aberto novamente aqui no país, muito gratificante estar jogando dentro do CPB, com a torcida ao nosso lado. Não tem preço. Todos os Abertos têm uma estrutura muito boa, têm um nível diferenciado. Mas o CPB é todo projetado para o paralímpico, supre todas as necessidades dos andantes e cadeirantes. É um outro mundo”, compara a atleta.
Sophia, que se prepara para a disputa do Mundial em Granada, na Espanha, garante que este será um bom teste para o torneio, em novembro. E que os atletas brasileiros terão boa vantagem de desempenho em relação aos Abertos em outros países.
“Muda, pois a gente não tem a viagem cansativa e chega bem preparado. E quando você está treinando no local, já fica acostumado com a mesa e tudo o mais. Jogar do lado da famílias, dos parentes, é maravilhoso. Vai ser a última competição antes do Mundial, bom para pegar ritmo de jogo contra os melhores do mundo. É essencial para qualquer atleta”, projeta a jovem.
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